— Caminho Vocacional

Como Eles Fizeram

14 de Agosto de 2020 por Irmã Jomaína Araújo

Cada vocação é o olhar de Cristo. Convidamos você a rezar sua vida como chamado de amor de Deus. #CLÉLIAMERLONI

Em comunhão com a Igreja do Brasil, que há quase 40 anos, vem celebrando e  rezando todas as vocações no decorrer das semanas de agosto, nós, Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, convidamos você jovem, a rezar sua vida como chamado de amor de Deus e a corresponder esse amor, assim como “Eles fizeram”.

Cada vocação é o olhar de Cristo. Ele continua voltando seu olhar de amor e misericórdia sobre outros tantos  Pedros, Andrés, Clélias, Mateuses, Felipes, que no hoje da história, se colocam no caminho de busca e discernimento da vocação. Deixe-se olhar por Jesus e ouse fixar o  olhar no d’Ele.

 

 

Momento orante VOCACIONAL

Clélia Merloni, Apóstola do Amor

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo

REFRÃO ORANTE: Aquele que vos chamou, aquele que vos chamou é fiel, é fiel. Fiel é aquele que vos chamou. (Frei Luiz Turra)

 

REFLETINDO A VOCAÇÃO

Clélia, órfã de mãe, é única filha de Joaquim Merloni, rico empresário de Sanremo. Jovem desejosa pela conversão do pai, fez de tudo para aproximar-se mais de Deus através da oração, da leitura da vida dos santos e da participação nos sacramentos; contudo, Jesus tinha para ela um desejo maior: fazê-la Apóstola do Amor.

Aos poucos, o Coração de Jesus foi tornando-se o seu TUDO, incomparável ao prazer efêmero das festas, das viagens, das roupas e dos presentes de luxo que seu pai lhe oferecia. A voz de Deus tornava-se cada vez mais clara, ela não podia fazer-se de surda! Porém, respondê-la implicava contrariar o seu pai que tinha desenhado para ela, sua única herdeira, um futuro brilhante. Foi o primeiro obstáculo. Depois de muita luta por sua vocação, Clélia, aos 22 anos, consegue aprovação do pai, e entra na Congregação Filhas de Nossa Senhora das Neves em Savona, passando a se chamar Ir. Albina. Três anos depois, com o terremoto de 23 de fevereiro de 1884, em que a casa das Irmãs ficou inabitável, retornou à casa paterna. Certamente, diante de Deus, Clélia se perguntava qual era o projeto Dele em sua vida. Atenta aos seus apelos, decidiu abrir um  orfanato, com a ajuda de duas mulheres. A menos de um ano e o orfanato foi fechado. O seu coração ainda  inquietava-se: "Realmente Deus me quer religiosa? Eu errei?". O chamado para consagrar-se ao Sagrado Coração de Jesus foi sendo confirmado e, aos 31 anos, em 14 de agosto de 1892, ingressando  na Congregação Santa Maria da Divina  Providência em Como – Itália, Clélia deu mais um passo importante na correspondência ao Amor.   

Eis que vem a cruz da Turberculose; gravemente doente, Clélia confessou ao Padre  Pietro Uboldini que tinha o desejo de fundar uma obra dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. As Irmãs e as órfãs rezavam a novena ao Imaculado Coração de Maria pela sua recuperação e ao término, a graça da cura de Clélia acontece e a mesma acende uma lamparina a óleo diante da imagem de Nossa Senhora, como sinal de gratidão. Ipulsionada pelo amor, Clélia deixa uma terra conhecida, por outra desconhecida, na certeza de ser chamada a fundar o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. Eis que chega o dia da esperada vestição religiosa: Clelia, Elisa e Teresita usam o hábito das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus. A partir de agora serão: Madre Clélia, a Fundadora, Irmã Elisa, a Superiora e Ir. Giuseppina (Teresita) a Postulante. Como o Profeta Elias, Clélia precisou passar por ferozes vendavais, pelo fogo e terremoto (literalmente), para poder ouvir a voz do Senhor no murmúrio de uma brisa suave, e entender a Vontade Dele em sua vida.

 

 

 

PAPA FRANCISCO

(Trechos da Homilia do Papa Francisco na Festa da Apresentação do Senhor em 01 de fevereiro de 2020)

Vós, consagrados, sois homens e mulheres simples que vistes o tesouro que vale mais do que todas as riquezas do mundo. Por ele, deixastes coisas preciosas, tais como bens, criar uma família própria. Por que o fizestes? Porque vos apaixonastes por Jesus, n’Ele vistes tudo e, fascinados pelo seu olhar, deixastes o resto. A vida consagrada é esta visão. É ver aquilo que conta na vida. É acolher de braços abertos o dom do Senhor. Com efeito, Deus ama-nos e sempre Se oferece a nós, mesmo nas nossas misérias. São Jerônimo dera muitas coisas ao Senhor, mas o Senhor pedia-lhe mais... Ele retorquiu: «Senhor, dei-Vos tudo, tudo. Que falta ainda?» – «Os teus pecados, as tuas misérias. Dá-me as tuas misérias». Quando mantemos o olhar fixo n’Ele, abrimo-nos ao perdão que nos renova e somos confirmados pela sua fidelidade. Como homens e mulheres que vivem para imitar Jesus, os religiosos e as religiosas são chamados a tornar presente no mundo o olhar d’Ele, o olhar da compaixão, o olhar que vai à procura dos distantes, que não condena, mas encoraja, liberta, consola. O olhar de compaixão: aquele refrão do Evangelho que muitas vezes, referindo-se a Jesus, diz “teve compaixão”. É o abaixar-Se de Jesus para cada um de nós.

 

 

REZANDO A VOCAÇÃO

Texto Bíblico  Jo 12, 24-26

Naquele tempo disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. 25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.

 

PROVOCAÇÕES

  • Qual é o apelo de Jesus no hoje da minha vida? Em quê, com o quê  eu venho “perdendo” a vida?
  • Tenho deixado o medo sufocar meus ideais de viver a vida servido a Deus no serviço aos meus irmãos mais pobres?

 

ORAÇÃO VOCACIONAL

A Ti nos dirigimos,  Mãe da Igreja, com teu sim, abriste a porta à presença de Cristo no mundo, na história e nas pessoas, acolhendo em humilde silêncio e total disponibilidade o apelo do Altíssimo. Faze que muitos homens e mulheres saibam sentir ainda hoje a voz convidativa do teu Filho: “Segue-me”. Faze que encontrem a coragem para deixar as suas famílias, as ocupações, as suas esperanças terrenas e sigam Cristo no caminho por Ele traçado. Estende a tua mão materna sobre os religiosos e as religiosas que assistem os idosos, os doentes, os deficientes, os órfãos; sobre quantos estão empenhados no ensino; sobre os membros dos institutos seculares, fermento silenciosos de boas obras; sobre aqueles que na clausura vivem de fé e amor e suplicam a salvação do mundo. Amém! (São João Paulo II, 1988)